RECURSOS LINGUISTICOS
(O texto abaixo faz parte do Curso de Licenciatura em História da Unimes-Santos)
Nesta unidade, tratamos dos recursos lingüísticos que garantem
a coesão referencial e seqüencial dos textos.
A coesão referencial é a que possibilita a recuperação de termos de um
texto, evitando repetições; ela pode ser obtida por meio de:
• Anafóricos: elementos lingüísticos que recuperam (ou que se referem
a) algo que foi dito anteriormente;
• Catafóricos: elementos lingüísticos que anunciam algo que será dito.
A coesão seqüencial é a que possibilita a ordenação das idéias num encadeamento
lógico entre as partes de um texto, fazendo-o progredir. Para
que isso aconteça, devemos organizá-lo em orações, períodos, parágrafos,
usando elementos de ligação para “costurar” esses segmentos.
Um caso particular e muito comum de estrutura frasal é o paralelismo
(ou estrutura paralelística ou ainda paralelismo de construção), que é uma
construção sintática que se repete, fazendo o texto progredir de forma precisa,
clara. Os dois (ou mais) segmentos devem ser, portanto, constituídos
da mesma estrutura frasal, de palavras da mesma classe gramatical e da
correta correlação de tempos e modos.
A coerência é o ponto de partida da interpretabilidade e da compreensão
de qualquer texto: é ela que garante o “sentido” que um autor quer
passar para um leitor, o qual, por sua vez, terá condições de atribuir um
sentido ao que leu.
Portanto, um texto é coerente quando é possível interpretá-lo, entendê-lo,
tanto em suas partes, quanto no seu todo.
Coerência externa: entende-se por coerência externa a compatibilidade
ou não-contradição entre os dados, fatos e conceitos apresentados em um
texto e aqueles tidos como verdadeiros dentro do quadro de referências
em que esse texto se inscreve.
Coerência interna: por coerência interna entende-se a compatibilidade de
idéias entre as partes que compõem o texto.
A coerência está intimamente relacionada com a verossimilhança. Isto
é, a história contada em um texto, mesmo que seja fruto da imaginação
do autor, deve dar ao leitor uma idéia de realidade, de possibilidade. A
verossimilhança, portanto, é um aspecto interno à narrativa. Mas como
o ponto de partida de qualquer história são os elementos da realidade, a
adequação do texto a eles garante a verossimilhança externa.
Enfim, ao redigir, devemos estar atentos a todos os elementos de um texto.
Referências Bibliográficas
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 12ª ed. SP: Ática, 2004.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Etimológico. Nova Fronteira da
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FIORIN, José Luiz, PLATÃO SAVIOLI, Francisco. Para Entender o texto:
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MAZAROTTO, Luiz F et al. Manual de redação: guia prático da língua
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